quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Henrique Alves contesta vice-presidente José Alencar

O PMDB não gostou de o vice-presidente da República, José Alencar (PR-MG), ter declarado na solenidade de abertura do ano Legislativo que “ninguém vota no candidato a vice, o voto é do presidente”. Alencar estava sentado ao lado do presidente da Câmara, o peemedebista Michel Temer, que a bancada quer que seja o vice de Dilma Roussef nas eleições presidenciais”.

“O José Alencar é uma figura muito querida, mas se equivocou. Candidato a vice só não é eleito porque não tem o nome na cédula, mas agrega muito voto, sim. Gente como o próprio Alencar e o Michel Temer são fundamentais a qualquer candidato a presidente da República”, reclamou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.

O líder da bancada está em pleno trabalho de bastidores para reeleger Michel Temer presidente do PMDB, na convenção que se realizará no próximo sábado. Os acertos da convenção serão fundamentais na definição do vice de Dilma.

O nome de Temer era dado como certo até ele ser citado por um empresário, nos vídeos do Escândalo do DF, como tendo recebido dinheiro para retirar o apoio da cúpula nacional do PMDB ao ex-governador de Brasília Joaquim Roriz.

O empresário não comprovou suas declarações, mas desde então começaram a circular rumores no PT de que Temer não servia para vice da chapa. Até o presidente Lula chegou a declarar que o PMDB deveria indicar uma lista tríplice para vice, deixando para Dilma a escolha final.

A estratégia dos aliados de Temer é fazerem da Convenção o trampolim para tornar a indicação de Temer a vice de Dilma novamente inevitável. Se os acordos vingarem, surgirão algumas surpresas na convenção de sábado.

A primeira delas deverá será a indicação do líder da bancada no Senado, Valdir Raupp (RO), para vice-presidente nacional do PMDB, atropelando o candidato que já está em campanha, Romero Jucá (RR), que é o líder do governo no Senado.

Outro acordo que está em gestação para a convenção do PMDB diz respeito a Minas Gerais. Ficou para a bancada no Estado, a maior do partido no país, a indicação do secretário-geral.

A vaga é ocupada hoje pelo deputado mineiro Mauro Lopes. Mas já se considerava eleito o senador Wellington Salgado, suplente do ministro das Comunicações Helio Costa, pré-candidato a governador de Minas e cotado até para vice de Dilma.

O grupo de Michel promoveu a reaproximação entre Helio e o cacique mineiro do PMDB, Newton Cardoso, para um acordo visando a reeleição de Mauro Lopes à Secretaria Geral do partido, desta vez como indicado de Helio Costa.

“Estamos unificando o partido e Temer chegará à convenção com o apoio de 85% dos convencionais. Aí ninguém mais vai falar em outro vice para Dilma”, canta vitória Henrique Eduardo Alves.

De fato, os acordos de bastidores estão avançados. À frente do PMDB do Senado, José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) já concordam em não tentar outro nome para vice da aliança do PT, reelegendo Temer para o comando do partido.

Em troca, os aliados de Temer garantem que, se candidato, ele pedirá licença do comando formal da legenda, entregando-o ao nome indicado pelos senadores para vice do partido. Sarney e Renan, então, voltarão a ter o comando formal do PMDB em plena campanha eleitoral.

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