quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais de 40% dos alunos concluem o 3º ano do ensino fundamental sem saber ler

Mais de 40% dos alunos que concluíram o 3° ano do ensino fundamental não têm o aprendizado em leitura esperado para essa etapa. Isso significa que não dominam bem atividades como localizar informações em um texto ou o tema de uma narrativa. É o que aponta o resultado de uma avaliação aplicada no primeiro semestre deste ano a 6 mil alunos de escolas municipais, estaduais e privadas de todas as capitais do país. O objetivo era aferir o nível de aprendizado das crianças no início da vida escolar, após os três primeiros anos de estudo.

A Prova ABC é uma parceria do movimento Todos Pela Educação, do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, da Fundação Cesgranrio e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A avaliação utilizou a mesma escala da desempenho adotada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), exame aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) aos alunos do 5° e 9° do ensino fundamental. Por esse modelo, o aluno tem o aprendizado considerado adequado quando atinge 175 pontos. O desempenho médio em leitura dos alunos participantes da Prova ABC foi 185,5 pontos - mas há grande variação nas notas de escolas públicas e privadas e entre estudantes do Norte e Nordeste em relação ao restante do país.

Enquanto os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram desempenho acima da média nacional - chegando a 197 pontos no Sul - os do Norte e Nordeste atingiram, respectivamente, 172 e 167 pontos. Os resultados também variam entre as escolas públicas e particulares: a média dos estudantes da rede pública foi 175,8 pontos, contra 216,7 entre os da rede privada.

Os alunos que participaram da prova também fizeram uma redação para avaliar competências como coesão, coerência e adequação do texto ao tema proposto, além da observação das normas ortográficas e de pontuação. O desempenho esperado, em uma escala de 0 a 100, era pelo menos 75 pontos. Mas a média nacional foi 68,1, sendo a nota dos alunos das escolas públicas seis pontos inferior a essa média e a dos estudantes da rede privada, 18 pontos superior.

Também foi avaliado o conhecimento dos participantes em matemática, cuja média nacional foi 171,1 pontos - abaixo do nível determinado como aprendizado adequado. O aluno precisaria atingir 175 para ser considerado apto a resolver problemas envolvendo notas e moedas, além de dominar a adição e a subtração. Apenas 42% do total dos avaliados atingiram esse patamar.

As habilidades dos estudantes com os números também foi superior na rede privada, cuja média foi 211,2 pontos contra 158 na pública. Os alunos do Norte e Nordeste também tiveram resultados inferiores - 152,6 e 158, 2 pontos respectivamente - em relação aos participantes do Sul (185 pontos), Sudeste (179 pontos) e Centro-Oeste (176 pontos). 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

[Qual O Problema?] Jardim de infância era escolinha de religião sem que os pais soubessem

A unidade do ensino público do jardim de infância da quadra 404 Norte de Brasília funcionava quase o tempo todo como uma escolinha de religião sem que os pais soubessem.

As crianças tinham de rezar antes das aulas. Durante as atividades, cantavam músicas religiosas, agradeciam o Papai do Céu, abençoam o parquinho, esse tipo de coisa. Até que alguns pais denunciaram a direção do estabelecimento à Secretaria de Educação.

A diretora Rosimara Albuquerque (foto) admitiu que as crianças -- de 4 a 5 anos -- são estimuladas a fazer uma 'oração espontânea'. Todo o dia, disse, uma delas fica encarregada de agradecer a Deus por alguma coisa,

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) prevê ensino religioso apenas nos ensinos fundamental e médio -- e ainda assim como matéria facultativa. Na educação infantil, a orientação é que os professores deem noções de ética e diversidade cultural, sem qualquer menção religiosa.

Mas a direção do jardim de infância submetia as crianças ao proselitismo católico, sem consultar os pais, não se importando com a crença ou descrença deles.

Mafa Nogueira foi um dos pais que reclamaram. Ele disse que custava a acreditar que a escolinha estivesse dizendo a sua filha que Deus é masculino, um só e o criador. Não era o que ele estava planejando passar para ela.

Alguns pais, contudo, defenderam a escola e fizeram um abaixo-assinado para que as orações fossem mantidas. Flávio Henrique, por exemplo, disse que ali se fala de Deus, mas em um “momento espontâneo das crianças”. Uma mãe disse que na escolinha se “constrói o amor” e estão querendo acabar com isso.

Mas a contadora de histórias Lyvia Sena, que estranhou o seu filho estar cantando em casa música com a palavra “sacristão”, disse que a orientação religiosa cabe à família, não à escola, aos professores.

Esse jardim de infância faz parte de um plano piloto que inclui outras seis unidades. Todas foram denunciadas pelo mesmo problema, o que demonstra que não se trata de uma atitude espontânea de professores, mas de uma orientação que vem de cima, dos responsáveis do plano piloto.

Além de determinar o fim do proselitismo religioso, o que foi feito, a Secretaria de Educação deveria demitir  toda a direção do plano piloto.

   
Nota: O mundo seria bem melhor se todas as escolas ensinassem religão.