quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inverno no semi-árido deve ter chuvas abaixo da média

Meteorologistas se reúnem para avaliar previsões para o Nordeste.
O inverno no semi-árido deve apresentar chuvas abaixo dos 750mm, média de precipitações na região. Esta foi a constatação de Gilmar Bistrot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn). Segundo ele, nos primeiros 15 dias de fevereiro as chuvas registradas no estado foram pouco abundantes.

A informação ainda deve ser confirmada por especialistas de todo o Nordeste. Eles estão reunidos desde o início da manhã desta quinta-feira (17), no auditório da Secretaria de Agricultura do Estado, para avaliar as previsões climáticas para o semi-árido. O encontro vai até amanhã (18), quando um parecer técnico deve ser divulgado.

A tendência de chuvas escassas, contudo, já foi enfatizada pelo especialista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), José Brabo Alves. Segundo ele, a influência do El Niño na região gera uma situação de chuvas mais esporádicas e um aumento na temperatura.

“O fenômeno – que teve seu ápice entre os meses de novembro e dezembro – está decaindo, mas ainda se encontra bastante ativo. O El Niño não vai se dissipar, mantendo uma média em torno de 1ºC a mais na temperatura”, relata.

Ele faz um comparativo com o mesmo período de 2009, quando o fenômeno La Niña foi mais influente. O La Niña, por sua vez, gera um quadro com chuvas abundantes e menores temperaturas. “No ano passado, todas as macro-regiões registraram chuvas acima da média”, completa.

O meteorologista da Funceme endossa ainda que as precipitações da estação chuvosa não obedecem necessariamente ao padrão registrado até janeiro. “Até janeiro, as chuvas são causadas principalmente por sistemas transientes. Na estação chuvosa, que por aqui vai de fevereiro a maio, as precipitações normalmente são causadas por zonas de convergência inter-tropical”, explica.

Agricultura

“Caso as chuvas realmente sejam abaixo da média, será preciso cautela no plantio de culturas sequeiras”, afirma o meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot. A agricultura de sequeiro é aquela que depende da chuva para prosperar. Este é o caso do milho e do feijão, típicos na agricultura familiar do Rio Grande do Norte.

Hoje, cerca de 110 mil agricultores familiares poderiam ser prejudicados por essa situação. É o que afirma a assessoria de imprensa da Secretaria de Agricultura do Estado.

Para tentar amenizar essa situação, foi implantado o programa “Garantia-safra”, uma espécie de seguro, que garantiria a entrega de R$ 600 parcelados aos produtores prejudicados pela falta de chuvas.

Se, por acaso, as precipitações atingirem ou ultrapassarem a média para o semi-árido, a preocupação se volta para a região do Vale do Açu e do Rio Apodi, onde pode haver sangramento de barragens.

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