As desigualdades regionais persistem no acesso à educação, com reflexo no analfabetismo. O problema é muito mais evidente no Nordeste, onde o índice de pessoas que não sabem ler e escrever um bilhete simples é de 19,4%, quase o dobro da média nacional (10%), conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
De acordo com o coordenador do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, os dados divulgados hoje (18) “espelham um certo apartheid de oportunidades educacionais”, que requer novas estratégias para ser superado.
“O que tem impacto nesse analfabetismo, que permanece no mesmo patamar, é a evasão significativa dos alunos. Em geral, eles moram em lugares distantes [dos centros urbanos], trabalham durante o dia, em geral no campo, ficam muito cansados para estudar e têm dificuldades naturais de permanecer na escola”, explicou.
As desigualdades entre as regiões também são evidentes no que se refere à média de anos de estudo da população. Em 2008, a parcela com mais de 10 anos de idade completou 7,1 anos na escola, em média. No Nordeste, o índice é o menor do país, de 5,9 anos, e no Sudeste, o maior, de 7,7 anos.
“Há até dois anos, no Maranhão, 48 municípios não ofereciam ensino médio. Coisas assim levam a um desenvolvimento inferior do Nordeste em relação a outra parte mais rica do país”, destacou Mozart Neves.
Entre os sexos, a taxa de analfabetismo é maior entre os homens com 15 anos ou mais – de 10,2%. Para mulheres da mesma faixa etária é de 9,8% em todo o país. A Pnad ressalta, entretanto, que nas regiões Sul e Sudeste o problema é maior entre as mulheres.
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