Ao menos 72 candidatos haviam sido eliminados da prova, sendo 27 por suspeita de fraude
A Justiça determinou a suspensão do concurso público para vagas na Polícia Rodoviária Federal, após uma ação movida pela Defensoria Pública da União.
Ao menos 72 candidatos haviam sido eliminados do processo seletivo, sendo 27 por suspeita de fraude e problemas no preenchimento dos cartões de resposta. Entre os 27 desclassificados estão os 13 mais bem colocados no Rio de Janeiro, os três primeiros de São Paulo e os dois melhores em Minas no concurso.
No texto da decisão, a juíza Regina Coeli Formisiano, responsável pelo processo, afirma que houve denúncias de tratamento desumano, informações confusas sobre os locais de realização de prova, erros no edital e outros problemas. Diz o documento:
- Em homenagem aos princípios da isonomia, da boa-fé e da transparência (...), o concurso precisa ser suspenso para que se possa apurar com profundidade as irregularidades apontadas.
A decisão é em caráter liminar. Os equívocos de local de prova apontados pela juíza dizem respeito à aplicação do concurso na Universidade Gama Filho, no Rio, no dia 18 de outubro.
Cerca de 40 pessoas não fizeram a prova no dia, alegando que ficaram sem sala para fazer o exame devido a mudanças na distribuição dos candidatos pela universidade.
Na época, o advogado Flavio Paulo Braga Nascimento disse ao R7 que a sala onde faria prova na Gama Filho, que estava indicada em seu cartão de inscrição, havia sido mudada. Mas seu nome não constava na lista da outra sala.
Nascimento relatou ainda casos de salas lotadas e com pouco espaço entre as mesas dos concorrentes.
— Não tive condições de fazer a prova, saí da universidade junto com outras 40 pessoas e fomos procurar a Polícia Federal, onde foi feita uma denúncia. Estudei um ano e meio para isso, fui de Petrópolis para o Rio (quase 90 km) e fiquei fora do concurso.
Ao todo, 114.338 pessoas se increveram para o concurso - 89.678 fizeram a prova, que valia para 750 vagas, com salário inicial de R$ 5.620.
Outro lado
Procurada pelo R7, a Funrio (empresa responsável pelo concurso) afirma que aceita a medida de suspensão do processo seletivo. A Polícia Rodoviária Federal também concordou com a decisão.
A recomendação do Ministério Público Federal, que vai investigar as denúncias de fraude, é que o concurso seja suspenso por 60 dias.
A Funrio reconhece que houve tentativa de fraude da prova, e que uma sindicância interna deve apontar os suspeitos.
Os gabaritos do concurso, entretanto, não vazaram, segundo a assessoria de imprensa.
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