Rio Grande do Norte obteve uma receita de US$ 4,20 milhões com a exportação de mel entre os meses de janeiro e novembro deste ano. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (16) pela Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis).
Com esse montante, o Rio Grande do Norte ocupa a sexta colocação entre os 12 Estados brasileiros que exportam mel.
O dado negativo é que o mel potiguar é o segundo menos valorizado (US$ 2,30 por quilo), ficando a frente apenas Minas Gerais (US$ 2,27/kg).
Até o dia 31 de dezembro, a exportação de mel brasileiro deve atingir o valor de US$ 65 milhões, correspondentes a 26 mil toneladas. Esses números representam um aumento de aproximadamente 50% na receita da exportação do produto, se comparado ao mesmo período de 2008, segundo Reginaldo Resende, da Unidade de Agronegócios do Sebrae Nacional e coordenador da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis).
Até novembro, o valor exportado de mel foi de US$ 60,88 milhões, referente a 24,2 toneladas. Os números representam aumento de 55,3% e 47,3, respectivamente na comparação com o mesmo período em 2008.
Entre janeiro e novembro de 2009, as receitas e os preços obtidos pelos doze estados exportadores do País foram: São Paulo - US$ 16,43 milhões e US$ 2,49/kg; Ceará - US$ 12,82 milhões e US$ 2,63/kg; Rio Grande do Sul - US$ 9,11 milhões e US$ 2,56/kg; Santa Catarina - US$ 7,33 milhões e US$ 2,50/kg; Piauí - US$ 5,56 milhões e US$ 2,37/kg; Rio Grande do Norte - US$ 4,20 milhões e US$ 2,30/kg; Paraná - US$ 4,00 milhões e US$ 2,61/kg; Minas Gerais - US$ 574,76 mil e US$ 2,27/kg; Maranhão - US$ 526,98 mil e US$ 2,76/kg; Bahia - US$ 167,63 mil e US$ 2,89/kg; Mato Grosso - US$ 165,97 mil e US$ 2,90/kg; e Mato Grosso do Sul - US$ 905,00 mil e US$ 2,76/kg.
Ainda entre os onze primeiros meses deste ano, o preço médio foi de US$ 2,51/ kg. Os melhores preços pelo Mato Grosso (US$ 2,90/kg) e pelo Maranhão (US$ 2,76/kg).
Os dados são de levantamento realizado pelo Sebrae e a Rede Apis junto à Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
“O fato de o preço do mel brasileiro se manter em alta, apesar da queda nas quantidades exportadas pelo Brasil, permite-nos achar que, provavelmente, os estoques internacionais do produto continuam abaixo dos níveis normais, caracterizando-se uma situação de vazio de oferta, onde as quantidades produzidas e ofertadas são inferiores aos volumes demandados”, explica Reginaldo.
Ainda sobre o mesmo período citado acima, 63% das exportações brasileiras de mel foram para o mercado americano (US$ 38,36 milhões). O segundo maior país de destino foi a Alemanha, que importou US$ 12,01 milhões de mel brasileiro, representando 19,7% do total do valor de mel exportado pelo Brasil. O terceiro maior importador foi o Reino Unido, com US$ 5,86 milhões (9,6%) e o quarto foi o Canadá, com US$ 2,59 milhões (4,2%).
Redução
Em novembro, o valor de mel exportado foi de US$ 60,86 milhões, demonstrando queda quando comparado com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, o preço do quilo do mel manteve tendência de alta (US$ 2,75/kg). “Em novembro deste ano, as nossas exportações de mel, US$ 3.715.016, e 1.350.294 quilos, cairam 17% em valor e 20,8% em peso. Já o preço médio do mel, US4 2,75 kg foi 4,6% superior aos US$ 2,63 kg pagos no mês anterior”, explica Reginaldo.
Reginaldo afirma que a queda no volume exportado tem se dado pela escassez da produção interna. Segundo ele, a escassez ocorre principalmente por causa das mudanças climáticas, como excesso de chuva na Região Sudeste e seca no Nordeste.
Os problemas climáticos também têm afetado a produção global. Pelo terceiro ano consecutivo, a produção Argentina de mel será negativamente afetada pela seca que já atinge 90% daquele país. Em 2009, os EUA estimam colher a sua pior safra de mel na história, que deverá ser inferior a 55 mil toneladas.
Para Reginaldo, além dos problemas climáticos em muitos países produtores (secas, enchentes, incêndios), o crescente fenômeno mundial de perdas de enxames, conhecido como Desordem de Colapso das Colônias (CCD) ou por Síndrome de Despovoamento de Colméias, está contribuindo para a redução da produção de mel em escala global.
“Por se tratar de um mercado caracterizado por poucos grandes compradores e importadores que influenciam na formação de preços e muitos pequenos ofertantes e exportadores, se não houvesse escassez de oferta, os preços de mel deveriam acompanhar o comportamento de queda nas quantidades exportadas”, explica.
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