sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Médicos preveem 'pico' de gripe no fim de agosto e queda em seguida
Raphael Zarko, JB Online

RIO DE JANEIRO - Apesar de ter o terceiro maior número de mortes por gripe suína no mundo - atrás somente de EUA e Argentina, a expectativa do Ministério da Saúde é de que o fim do inverno - em meados de setembro - deve reduzir o número de casos de gripe suína. Os especialistas concordam, mas avisam que até a terceira semana de agosto - portanto, a próxima - o vírus ainda está em circulação e todo cuidado continua sendo fundamental.
A chefe da CTI pediátrica do Hospital da Lagoa, Maria Cristina Senna Duarte, ainda não percebeu uma queda no número de internações de crianças. Ela tem pacientes com suspeitas de terem contraído o vírus da gripe suína - os exames demoram cerca de um mês para diagnosticar - e ressalta que o ideal é aguardar ainda 14 dias para que eles não venham a transmitir a Influenza A (H1N1).
- No final de setembro acho que a situação estará mais controlada. Mas é importante que mesmo que a criança aparente não ter mais nada, que se respeite 14 dias para voltar às aulas. Por isso foi importante o adiamento da rede estadual. O nível de transmissibilidade ainda é muito alto - diz a doutora, lembrando que as campanhas feitas, tanto pelo Ministério quanto agora no retorno às aulas, são importantes para aproveitar o momento e educar as crianças nas práticas de higiene pessoal.
Sobre outro adiamento, da campanha de vacinação contra a poliomielite para 19 de setembro - conforme o Ministério da Saúde informou nesta quinta, Maria Cristina não vê qualquer problema em realizar a campanha um ou dois meses depois. Para ela, o momento é de prioridade para a epidemia de gripe suína.
- O Brasil é referência mundial na campanha contra a poliomielite, que realizamos duas vezes por ano. Mas agora são muitos profissionais, toda estratégia, voltada para o H1N1. Atrasar a vacinação um pouco não vai impactar em nada.
Opinião semelhante sobre a queda nos casos de gripe suína é da infectologista Cídia Alves Pereira de Souza. Ela explica que cada epidemia desse nível tem três "ondas", sendo que a segunda deve vir até setembro.
- Há uma mutação quando acontece esses surtos. Mas não chega a dar pânico. É uma doença simples, porém um surto como esse requer atenção, pois é um grande número de pacientes. No início houve muita desinformação, mas agora tem site, divulgação, distribuição de remédios - enumera a médica, que trata em seu consultório principalmente de pacientes HIV positivo - Eles são os que ficam mais imunes, mas os remédios evitaram que tivessem risco maior.
A infectologista espera que até dezembro deve haver bem menos número de casos, quando, espera ela, o Brasil já deverá possuir a vacina para tratamento.
- É importante lembrar que a gripe comum não está circulando mais, essa só em maio, junho e julho. Agora, quem se gripar será com o vírus H1N1.
Número de casos no país
Até esta quinta-feira 276 pessoas haviam morrido no País infectadas pelo vírus Influenza A (H1N1), que causa a gripe suína. Os óbitos aconteceram em São Paulo (111), Paraná (58), Rio Grande do Sul (55), Rio de Janeiro (37), Santa Catarina (5), Minas Gerais (4) Paraíba (2), Bahia (1), Distrito Federal (1), Pernambuco (1) e Rondônia (1

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