O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, defendeu hoje a validade da pesquisa de intenção de voto divulgada na ontem pela entidade. O PSDB entrou hoje com representação questionando o levantamento, que mostra o presidenciável tucano, José Serra, tecnicamente empatado com a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. Ele tem 32,7% dos votos e ela, 32,4%.
"O questionamento à pesquisa tem origem política, não técnica", disse Guedes à Agência Estado. "Não sei por que cismaram com a gente." O diretor ainda não foi comunicado formalmente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a representação.
Para o PSDB, o Sensus desrespeitou o prazo mínimo de cinco dias entre o registro do levantamento no TSE e a divulgação dela, previsto pela lei eleitoral. Isso porque, mesmo com a pesquisa inscrita no dia 5, dados sobre a entidade solicitante do trabalho foram corrigidos na tarde do dia 9 pelo Sensus no sistema do TSE. A divulgação aconteceu ontem.
"A alteração do nome do contratante foi feita dentro do prazo da pesquisa de campo e, por isso, não traz prejuízo à data de divulgação da pesquisa", afirmou Guedes.
No primeiro registro, a pesquisa aparecia encomendada pelo Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias de Rodovias (Sindicrep). Depois da alteração, o contratante passou a ser o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav).
Segundo Guedes houve "erro material" na hora de registrar o levantamento na Justiça Eleitoral, pois os dois sindicatos funcionam no mesmo escritório. A resolução 23.190 do TSE, que disciplina as pesquisas eleitorais, não trata dessa situação específica. Apenas determina o prazo de cinco dias entre o registro e a divulgação.
Para o advogado especialista em Direito Eleitoral, Alberto Rollo, de forma geral prazos começam a contar quando constam do processo os dados corretos. "A princípio, o dado errado não vale", disse. "Se há uma informação errada, é preciso aperfeiçoá-la e, só assim, retomar a contagem dos prazos."
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