“Ao não disponibilizar os materiais indispensáveis para a realização do certame, houve violação ao princípio da legalidade. Além disso, os inscritos deveriam ter tratamento igual, obedecendo o princípio da igualdade que é direito fundamental”, destaca a procuradora.
As provas registraram diversos problemas, inclusive em Natal, quando as listas de presença e cartões de resposta não chegaram a tempo do início das provas e os representantes da empresa organizadora, o Instituto Cetro, avisaram que o material havia sido extraviado.
Suspeita de fraude
Outro processo que está suspenso é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Segundo coordenador de processo seletivo José Everaldo Pereira, a instituição aguarda o relatório final das investigações feita pela comissão de sindicância, para apurar denúncia de fraudes no certame realizado no dia 20 de junho, em Natal. O procedimento administrativo, iniciado em 5 de julho, cruzou dados de todos os candidatos a fim de constatar se houve possíveis irregularidades. O processo seletivo destinado à contratação de 36 “Assistentes de Alunos” teve a participação de 8.900 candidatos. Caso seja comprovada, a Polícia Federal será acionada para realizar a investigação criminal.
Em junho deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tormenta que culminou na prisão de uma quadrilha especializada em burlar certames, acusada de fraudar, inclusive o concurso da Polícia Federal. Além da prova da PF, a organização tinha acesso privilegiado às provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da segunda fase e do concurso da Receita Federal (auditor-fiscal/1994).
Segundo a PF, a quadrilha aliciava as pessoas que tinham acesso ao caderno de questões, repassava as respostas por ponto eletrônico durante a prova e indicava uma terceira pessoa mais preparada para fazer o concurso no lugar do inscrito. Em alguns casos, os documentos e certificados exigidos também eram falsificados. Pela “aprovação”, os interessados pagavam de R$ 25 mil a R$ 150 mil. A prova da OAB foi reaplicada com a banca modificada da Cespe para Fundação Getúlio Vargas. Os demais processos tramitam na justiça.
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