Os temporais e ventos fortes que causaram destruição em Barra do Cunhaú, litoral Sul do Estado, e em Angicos, região central, na semana passada não devem ser fatos isolados. É o que garante o meteorologista da Emparn Gilmar Bristot. Segundo previsão, outros registros deverão ocorrer até meados de abril. Mas não é preciso esperar tanto. No final de semana, outras duas localidades, Ouro Branco, na região do Seridó, e Touros, litoral Norte, foram vítimas da força dos ventos e das chuvas.
Segundo o meteorologista da Emparn, as ocorrências se devem à mudança de temperatura com a chegada do outono. A nova estação causa um contraste térmico, com temperaturas mais amenas no continente, enquanto os oceanos se mantém aquecidos. Isso favorece a formação do “cumulus nimbus”, nuvens próprias da estação, que causam deslocamento de ar mais intenso, com rajadas que podem chegar até 50 quilômetros por hora. O início do período chuvoso prevê a ocorrência de chuvas mais fortes para março, o que não altera a perspectiva de um inverno abaixo da média para 2010.
“A previsão é de que outros fenômenos de ventos fortes atinjam a faixa litorânea e regiões de vales e chapadas do Estado. Há como prever, mas não temos como monitorar onde irão acontecer ou aconteceram”, afirma Bristot. Por ser uma nuvem de formação rápida, em média duas horas, seria necessário a aquisição de um radar meteorológico e o trabalho de uma equipe permanente de acompanhamento, para fornecer informes a cada 2 horas.
No entanto, o chefe do departamento de meteorologia da Emparn ressalta que, ao contrário do que parece, não houve uma elevação no número de ocorrências de ventanias, apenas uma maior divulgação das ocorrências, facilitada pela “proliferação de blogs” na internet. Bristot também alerta que não há registro de vendaval, termo usado para rajadas de ventos com velocidade de 200 quilômetros por hora.
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