O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse hoje que a decisão do governo de não realizar mais o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no meio do ano levou em conta o recente cancelamento da segunda fase do exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após a suspeita de vazamento do gabarito da prova.
"Temos que considerar recomendação de pessoas especializadas em segurança. Não podemos negligenciar as recomendações da Polícia Federal, que foram feitas pela pessoa destacada pelo ministro Tarso Genro. E não podemos desconsiderar também que houve mais um episódio grave no País, em relação ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil", afirmou Haddad, que pela manhã participou da inauguração das novas instalações da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O ministro não deixou claro se novas recomendações foram feitas pela PF após o cancelamento da prova da OAB, decidida no último domingo. Ele ressaltou que já havia sido alertado pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UNB) de que há quadrilhas no País se organizando para a prática criminosa.
"Temos que ter muita cautela porque os criminosos se organizam. Temos que continuar avançando, mas em condições realistas. Sabendo que tem gente que está com 100% de seu tempo dedicado ao crime", destacou. "Foi o que aconteceu com o exame da Ordem ainda este mês".
Haddad confirmou que o exame do Enem foi cancelado porque as negociações com os "órgãos de controle", como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), consumiram muito tempo para que houvesse a dispensa de licitação, como pretendia o MEC. Segundo ele, uma licitação nos moldes da realizada no ano passado - quando a prova vazou - colocaria em risco o exame.
"Colocar em risco o exame fazendo uma licitação nos moldes do ano passado, correndo o risco de uma empresa sem qualidade ganhar a licitação eventualmente sem condições de realizar o exame, se imaginou que para a segurança do sistema que fosse mais adequado realizar ainda em 2010 uma única edição do exame e usar a metodologia do ProUni".
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